Fossa s\u00e9ptica ou Esta\u00e7\u00e3o de Tratamento de Esgoto Residencial:<\/strong> qual sistema devo utilizar em minha resid\u00eancia?<\/p>\n Se voc\u00ea est\u00e1 fazendo essa pergunta, chegou ao lugar certo.<\/p>\n Neste texto mostraremos tudo sobre fossa s\u00e9ptica e Esta\u00e7\u00e3o de Tratamento de Esgoto Residencial (ETE), para ajudar voc\u00ea a escolher o sistema ideal para sua casa.<\/p>\n Boa leitura!<\/p>\n A fossa s\u00e9ptica \u00e9 um sistema de tratamento de esgoto sanit\u00e1rio prim\u00e1rio. Ela realiza a decomposi\u00e7\u00e3o da parte s\u00f3lida do esgoto atrav\u00e9s de bact\u00e9rias anaer\u00f3bias (aquelas que n\u00e3o precisam de oxig\u00eanio para sobreviver).<\/p>\n O esgoto dom\u00e9stico \u00e9 encaminhado para um tanque imperme\u00e1vel, a fossa s\u00e9ptica em si. Neste local a mat\u00e9ria org\u00e2nica (parte s\u00f3lida do esgoto), atrav\u00e9s da a\u00e7\u00e3o da gravidade, \u00e9 depositada no fundo, formando um lodo que passar\u00e1 por um processo de degrada\u00e7\u00e3o.\u00a0 A parte l\u00edquida do esgoto \u00e9 enviada para disposi\u00e7\u00e3o final.<\/p>\n A fossa s\u00e9ptica dever\u00e1 ser utilizada, principalmente, em locais onde n\u00e3o existe sistema de coleta de esgoto sanit\u00e1rio e, assim, diminuir os impactos ambientais.<\/p>\n Entretanto, por ser tratar de um sistema apenas com tratamento prim\u00e1rio, a fossa s\u00e9ptica possui menos efici\u00eancia que a ETE \u2013 Esta\u00e7\u00e3o de Tratamento de Esgoto Residencial que, por sua vez, possui tratamento de esgoto completo (prim\u00e1rio e secund\u00e1rio).<\/p>\n <\/p>\n <\/p>\n <\/p>\n O tamanho da fossa s\u00e9ptica ir\u00e1 variar de acordo com o n\u00famero de pessoas e a contribui\u00e7\u00e3o m\u00e9dia de despejo de esgoto sanit\u00e1rio.<\/p>\n Para o dimensionamento de fossa s\u00e9ptica, utiliza-se a norma NBR 7229\/1993, que trata do projeto, constru\u00e7\u00e3o e opera\u00e7\u00e3o de sistemas de tanques s\u00e9pticos.<\/p>\n Devemos calcular o volume \u00fatil da fossa pela seguinte f\u00f3rmula:<\/p>\n V = 1000 + N (CT + K Lf)<\/p>\n Onde:<\/p>\n N \u00e9 o n\u00famero de pessoas ou unidades de contribui\u00e7\u00e3o;<\/p>\n C \u00e9 a contribui\u00e7\u00e3o de despejos, em litro\/pessoa x dia ou em litro\/unidade x dia (Tabela 1);<\/p>\n T \u00e9 o per\u00edodo de deten\u00e7\u00e3o, em dias (Tabela 2);<\/p>\n K \u00e9 a taxa de acumula\u00e7\u00e3o de lodo digerido em dias, equivalente ao tempo de acumula\u00e7\u00e3o de lodo fresco (Tabela 3);<\/p>\n Lf \u00e9 a contribui\u00e7\u00e3o de lodo fresco, em litro\/pessoa x dia ou em litro\/unidade x dia (Tabela 1);<\/p>\n Tabela 1<\/strong> – Contribui\u00e7\u00e3o di\u00e1ria de esgoto (C) e de lodo fresco (Lf) por tipo de pr\u00e9dio e de ocupante:<\/p>\n <\/p>\n Tabela 2<\/strong> – Per\u00edodo de deten\u00e7\u00e3o dos despejos, por faixa de contribui\u00e7\u00e3o di\u00e1ria:<\/p>\n <\/p>\n Tabela 3<\/strong> – Taxa de acumula\u00e7\u00e3o total de lodo (K), em dias, por intervalo entre limpezas e temperatura do m\u00eas mais frio:<\/p>\n <\/p>\n Agora, m\u00e3os \u00e0 obra, vamos calcular o volume \u00fatil de uma fossa s\u00e9ptica simulando uma resid\u00eancia de 30 pessoas, padr\u00e3o popular, temperatura ambiente do 20\u00b0C e intervalo de limpeza de 1 ano.<\/p>\n C = 100 L\/ pessoas<\/p>\n N = 30 pessoas<\/p>\n Contribui\u00e7\u00e3o di\u00e1ria = CN = 100 x 30<\/p>\n Contribui\u00e7\u00e3o di\u00e1ria = 3000 L<\/p>\n <\/p>\n Lf = 1 (pela tabela 1, resid\u00eancia de padr\u00e3o baixo)<\/p>\n K = 65 (pela tabela 3, para 10 \u2264 t \u2264 20, intervalo entre limpezas 1 ano)<\/p>\n <\/p>\n V = 1000 + N (CT + K Lf)<\/p>\n V = 1000 + 30 (100 x 0,92 + 65 x 1)<\/p>\n V = 5710 L<\/p>\n Para esse exemplo seria necess\u00e1ria a constru\u00e7\u00e3o de uma fossa de, no m\u00ednimo, 5710 L de volume \u00fatil.<\/p>\n Atualmente, existem duas op\u00e7\u00f5es de fossas s\u00e9pticas, a fossa s\u00e9ptica pr\u00e9-moldada e a fossa s\u00e9ptica constru\u00edda no local. Cada uma delas ir\u00e1 exigir uma instala\u00e7\u00e3o diferente.<\/p>\n A fossa s\u00e9ptica pr\u00e9-moldada conta com uma instala\u00e7\u00e3o r\u00e1pida. S\u00e3o fabricadas com manilha de concreto ou com pol\u00edmeros, como PVC e polietileno. A principal vantagem das fossas polim\u00e9ricas est\u00e1 no peso, facilitando na hora da instala\u00e7\u00e3o.<\/p>\n A instala\u00e7\u00e3o da fossa pr\u00e9-moldada costuma ser simples. Geralmente, \u00e9 preciso apenas escavar para enterr\u00e1-la, deixando a tampa de inspe\u00e7\u00e3o aparente e fazer a conex\u00e3o hidr\u00e1ulica. Em alguns casos \u00e9 necess\u00e1rio tamb\u00e9m a instala\u00e7\u00e3o de uma base de concreto, para evitar a movimenta\u00e7\u00e3o do tanque. Essa base dever\u00e1 ser constru\u00edda antes da instala\u00e7\u00e3o e dever\u00e1 conter uma ancoragem, para assegurar a perman\u00eancia do equipamento no local instalado.<\/p>\n <\/p>\n <\/p>\n <\/p>\n Constru\u00eddas em alvenaria ou em concreto, as fossas s\u00e9pticas constru\u00eddas no local dever\u00e3o ser imperme\u00e1veis e resistentes as condi\u00e7\u00f5es de vaz\u00e3o e composi\u00e7\u00e3o do seu efluente. Entretanto, a estanqueidade n\u00e3o \u00e9 sempre garantida pela caracter\u00edstica do material utilizado.<\/p>\n Para garantir a efici\u00eancia do equipamento, \u00e9 preciso o aux\u00edlio de um profissional de engenharia para os c\u00e1lculos de dimensionamento, profundidade, altura da caixa, etc.<\/p>\n Esse tipo de instala\u00e7\u00e3o costuma ser mais trabalhosa e demorada, podendo apresentar problemas durante a instala\u00e7\u00e3o devido a falhas na execu\u00e7\u00e3o, intemperes, dimensionamento, entre outros.<\/p>\n <\/p>\n <\/p>\n <\/p>\n Para garantir o funcionamento da fossa s\u00e9ptica, ap\u00f3s a instala\u00e7\u00e3o \u00e9 proibida a introdu\u00e7\u00e3o de \u00e1guas pluviais ou qualquer outro despejo que prejudique o tratamento, por ultrapassar a vaz\u00e3o de projeto ou por alterar a caracter\u00edstica do efluente.<\/p>\n A limpeza da fossa dever\u00e1 ser realizada anualmente, para retirar o excesso de lodo e evitar o entupimento do sistema. Essa limpeza dever\u00e1 ser feita por um profissional especializado, atrav\u00e9s de um caminh\u00e3o limpa fossa. Por se tratar de um lodo biol\u00f3gico, poder\u00e1 conter muitos pat\u00f3genos prejudicais a sa\u00fade. Al\u00e9m disso, o lodo retirado dever\u00e1 ter um destino ambientalmente adequado, em um aterro sanit\u00e1rio devidamente licenciado.<\/p>\n Caso ocorra entupimento do sistema, devido ao mau uso e m\u00e1 manuten\u00e7\u00e3o, esses problemas inutilizar\u00e3o o equipamento temporariamente. Por\u00e9m, muitas vezes podem ser reparados atrav\u00e9s de uma empresa de limpeza especializada. Uma forma de prevenir a entrada de \u00f3leos e graxas, grandes causadores o entupimento do sistema, \u00e9 a instala\u00e7\u00e3o de uma caixa de gordura na sa\u00edda das cozinhas, para reten\u00e7\u00e3o das mesmas.<\/p>\n Os despejos l\u00edquidos, tratados pela fossa s\u00e9ptica, podem assumir os seguintes destinos:<\/p>\n A durabilidade da fossa s\u00e9ptica depender\u00e1 majoritariamente do material que ela foi produzida. Os tipos de materiais mais comuns para fabrica\u00e7\u00e3o do sistema s\u00e3o o polietileno (pr\u00e9-moldada) e a alvenaria (fabricada no local).<\/p>\n As fossas s\u00e9pticas produzidas em polietileno possuem estanqueidade e durabilidade imunes a corros\u00e3o qu\u00edmica, n\u00e3o favorecem incrusta\u00e7\u00f5es e s\u00e3o at\u00f3xicas. Entretanto, n\u00e3o s\u00e3o muito resistentes a temperaturas elevadas, podendo sofrer altera\u00e7\u00f5es com temperaturas maiores de 27\u00b0C. Seus reparos s\u00e3o de alto custo e complexidade. Por fim, ser\u00e3o dur\u00e1veis desde que n\u00e3o sejam expostas a condi\u00e7\u00f5es impr\u00f3prias.<\/p>\n As fossas em alvenaria s\u00e3o dur\u00e1veis, desde que suas manuten\u00e7\u00f5es sejam feitas com regularidade. Sem a realiza\u00e7\u00e3o de manuten\u00e7\u00e3o, o sistema pode apresentar falhas em seu funcionamento que poder\u00e3o deix\u00e1-lo temporariamente inutiliz\u00e1vel. Podendo isso ser corrigido, normalmente, com a devida manuten\u00e7\u00e3o e limpeza. \u00c9 poss\u00edvel tamb\u00e9m que ocorram problemas estruturais, nesse caso a dificuldade do conserto depender\u00e1 da complexidade do dano existente.<\/p>\n Devido a simplicidade da fossa s\u00e9ptica, muitos par\u00e2metros exigidos por lei podem n\u00e3o ser alcan\u00e7ados ap\u00f3s o tratamento do efluente. Acarretando, muitas vezes, na emiss\u00e3o de mat\u00e9ria org\u00e2nica com alto teor de nutrientes (f\u00f3sforo e nitrog\u00eanio) nos corpos de \u00e1gua. Podendo, dessa maneira, provocar s\u00e9rios danos ambientais, como o crescimento excessivo de plantas aqu\u00e1ticas (eutrofiza\u00e7\u00e3o).<\/p>\n O \u00f3rg\u00e3o ambiental poder\u00e1 exigir, atrav\u00e9s de par\u00e2metros, que al\u00e9m da fossa s\u00e9ptica haja um tratamento complementar. Esse tratamento pode ser um filtro anaer\u00f3bio ou um tratamento mais eficiente, como um sistema de tratamento de esgoto residencial. Tudo isso para que o efluente seja lan\u00e7ado nos par\u00e2metros corretos, reduzindo os impactos que poderiam ser causados.<\/p>\n Algumas unidades poder\u00e3o ser adicionadas ap\u00f3s a fossa s\u00e9ptica para um tratamento complementar e\/ou para o destino final.<\/p>\n A seguir vamos detalhar e dimensionar as seguintes unidades complementares: filtro anaer\u00f3bio, sumidouro e vala de infiltra\u00e7\u00e3o.<\/p>\n A fossa s\u00e9ptica \u00e9 utilizada muitas vezes junto com um filtro anaer\u00f3bio, que atua como um sistema complementar, conhecido como sistema fossa-filtro.<\/p>\n Nesse sistema, o filtro anaer\u00f3bio \u00e9 adicionado ap\u00f3s a fossa s\u00e9ptica, visando a reten\u00e7\u00e3o dos s\u00f3lidos.<\/p>\n O filtro anaer\u00f3bio \u00e9 geralmente de fluxo ascendente e constitu\u00eddo de duas c\u00e2maras, a inferior vazia e a superior preenchida com material filtrante. O efluente dever\u00e1 entrar na c\u00e2mara inferior e, conforme o n\u00edvel desse compartimento sobe, o l\u00edquido vai penetrando no meio filtrante, onde os micro-organismos anaer\u00f3bios se fixar\u00e3o, estabilizando a mat\u00e9ria org\u00e2nica e retendo os s\u00f3lidos.<\/p>\n Apesar de aumentar a efici\u00eancia na remo\u00e7\u00e3o de s\u00f3lidos sediment\u00e1veis, esse filtro n\u00e3o tem capacidade para remover certos nutrientes, tais como nitrog\u00eanio e f\u00f3sforo.<\/p>\n <\/p>\nFossa s\u00e9ptica: o que \u00e9 e como funciona<\/h2>\n
Em locais que possuem rede coletora, as fossas tamb\u00e9m poder\u00e3o ser instaladas, agindo como pr\u00e9-tratamento e retendo parte dos s\u00f3lidos sediment\u00e1veis, prevenindo eventuais problemas de entupimento.<\/h3>\n
Fossa s\u00e9ptica: como dimensionar<\/h2>\n
V \u00e9 o volume \u00fatil, em litros;<\/h4>\n
T= 0,92 (pela tabela 2, contribui\u00e7\u00e3o di\u00e1ria de 1501 a 3000)<\/h5>\n
Fossa s\u00e9ptica: como instalar<\/h2>\n
Fossa s\u00e9ptica pr\u00e9-moldada<\/strong><\/h3>\n
Fossa s\u00e9ptica constru\u00edda no local<\/strong><\/h3>\n
Como garantir o funcionamento da fossa s\u00e9ptica<\/h2>\n
Disposi\u00e7\u00e3o final para despejo da fossa s\u00e9ptica<\/h2>\n
\n
\n
\n
Fossa s\u00e9ptica: material e durabilidade do sistema<\/h2>\n
Legisla\u00e7\u00e3o e precau\u00e7\u00f5es ambientais com a fossa s\u00e9ptica<\/span><\/h2>\n
Fossa S\u00e9ptica: vantagens e desvantagens<\/h2>\n
Vantagens<\/strong>:<\/h3>\n
\n
Desvantagens<\/strong>:<\/h3>\n
\n
Unidades complementares da fossa s\u00e9ptica<\/h2>\n
Filtro anaer\u00f3bio<\/strong><\/h3>\n